Saúde
Imunização contra gripe começa nesta segunda e se estende até 20 de maio
O Rio Grande do Sul tenta há anos antecipar a imunização, pois no Estado o inverno chega antes e é rigoroso, mas não consegue
Há três anos o Estado tenta antecipar a aplicação das doses (Foto: Gustavo Mansur - DP)
A campanha nacional de vacinação contra influenza começa nesta segunda-feira (25) e se estende até 20 de maio. As doses estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e quanto antes as pessoas incluídas nos grupos de risco comparecerem aos postos, mais rapidamente estarão imunizadas, pois a vacina leva cerca de 15 dias para chegar ao ponto máximo de proteção. A campanha é voltada a crianças de seis meses a cinco anos, gestantes, puérperas, idosos, indígenas, pessoas com comorbidades, profissionais da saúde, apenados e profissionais do sistema prisional. A previsão é de vacinar 130 mil pessoas.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) recebeu 20% das doses, ou seja, 24 mil frascos. Até por uma questão de armazenamento, são enviadas pelo Governo Federal divididas em remessas, explica a chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica da SMS, Maria Regina Reis. Esta semana, segundo ela, chega a segunda parte. Ano passado foram imunizadas 115 mil pessoas, conforme dados do Departamento de Vigilância Epidemiológica da SMS.
O Rio Grande do Sul tenta há anos antecipar a imunização, pois no Estado o inverno chega antes e é rigoroso, mas não consegue, comenta Maria Regina. São Paulo também pediu este ano, mas o Ministério da Saúde argumenta não ser possível porque o produto só é entregue pelo laboratório nos meses que antecedem o inverno. No caso dos gaúchos, na avaliação da chefe da Vigilância Epidemiológica, o ideal seria que ocorresse em fim de fevereiro, início de março.
A vacina influenza ofertada no SUS é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e produzida no Brasil pelo Instituto Butantã em parceria com o laboratório privado Sanofi Pasteur. A desta campanha é trivalente e protege contra os tipos de vírus A (H1N1), A(H3N2) e Influenza B, que são os de maior importância epidemiológica, de acordo com a própria OMS.
Para Maria Regina o ideal seria que a vacinação iniciasse no final de fevereiro (Foto: Gustavo Mansur - DP)
A influenza, comumente conhecida como gripe, é uma doença viral febril, aguda, geralmente benigna e autolimitada. A transmissão ocorre através das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao falar, espirrar ou tossir; por meio das mãos, que após contato com superfícies contaminadas por secreções respiratórias de um indivíduo infectado, podem carregar o agente infeccioso diretamente para a boca, nariz e olhos. O período de transmissibilidade em humanos geralmente se inicia 24 horas antes do início dos sintomas e dura de cinco a dez dias após o surgimento dos sintomas.
Em crianças esse período dura em média dez dias e em pacientes imunossuprimidos, por mais tempo. A incubação do vírus é de um a quatro dias. Pessoas de todas as idades são suscetíveis à infecção pelo influenza. Maria Regina salienta que os pacientes de doenças crônicas devem apresentar atestado médico atualizado que contenha a Classificação Internacional de Doença (CID) para se vacinarem, pois também estão nos grupos de risco, independentemente de idade.
A vacina da gripe é atualizada todos os anos para adequá-la aos vírus circulantes naquela estação e sua composição é definida pela OMS. No entanto, a vacina de 2016 não sofreu mudanças em relação ao H1N1 em comparação à do ano passado, mas mudou em relação aos outros dois. Maria Regina ressalta que a imunização dura um ano, pois o vírus da gripe se modifica a cada ano.
A influenza ocorre durante todo o ano, mas é mais frequente no outono e no inverno, quando as temperaturas caem. A vacina é capaz de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus, reduzindo o agravamento da doença. De acordo com dados do Ministério da Saúde, até o dia 19 de março foram registrados 46 óbitos por H1N1 em todo o País, dez mortes a mais do que durante todo o ano passado, quando 36 morreram pelo vírus.
Dados locais
Em Pelotas há 20 casos suspeitos de gripe sendo investigados. Os pacientes aguardam resultado de exame. As escolas da rede pública não têm registro de estudantes ausentes de aula por gripe, pelo menos não em número preocupante, ao contrário do que acontece em outras cidades do Estado. Ainda assim, para o diretor do Colégio Municipal Pelotense, Arthur Katrein, professores e funcionários de escolas deveriam integrar os grupos de risco, afinal convivem com muitas pessoas em ambientes fechados. No caso da escola, são três mil alunos e 400 servidores. “Se chegam gripados, recomendamos que vão para casa. A escola não pode medicar e nem tem profissional para isso”, destaca.
Substância leva 15 dias para chegar ao ponto máximo da proteção (Foto: Divulgação)
Sintomas
A influenza sazonal inicia-se em geral com febre alta, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três dias. Os sintomas respiratórios, como tosse, tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral de três a cinco dias após o desaparecimento da febre. Alguns casos apresentam complicações graves, como pneumonia, necessitando de internação hospitalar. Devido aos sintomas em comum, pode ser confundida com outras viroses respiratórias causadoras de resfriado.
Tratamento
O tratamento dos sintomas da influenza sem complicações deve ser realizado com medicação sintomática, hidratação, antitérmico, alimentação leve e repouso. Nos casos com complicações graves, são necessárias medidas de suporte intensivo. Os medicamentos devem ser prescritos pelos profissionais médicos aos pacientes que apresentem condições e fatores de risco a complicações por influenza (gripe) e aos casos em que a doença já se agravou. Em caso de complicações, o tratamento será específico. É fundamental procurar atendimento nas unidades de saúde, para que haja identificação precoce de risco de agravamento da doença.
Prevenção
Para redução do risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias, especialmente as de grande infectividade, como vírus Influenza, orienta-se que sejam adotadas medidas gerais de prevenção, chamadas de “etiqueta respiratória”, como:
# Frequente lavagem e higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento
# Utilizar lenço descartável para higiene nasal
# Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
# Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca
# Higienizar as mãos após tossir ou espirrar
# Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas
# Manter os ambientes bem ventilados
# Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe
Grupos de risco
# Grávidas em qualquer idade gestacional
# Puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as que tiveram aborto ou perda fetal)
# Adultos com mais de 60 anos
# Crianças de zero a dois anos
# População indígena
# Pneumopatias (incluindo asma), cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica), nefropatias, hepatopatias, doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme), distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus descompensado), transtornos neurológicos que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesões medulares, epilepsia, paralisia cerebral, Síndrome de Down, atraso de desenvolvimento, AVC ou doenças neuromusculares), imunossupressão (incluindo medicamentosa ou pelo vírus da imunodeficiência humana) e doenças respiratórias crônicas (sinusite, rinite)
# Obesidade (Índice de Massa Corporal - IMC = 40 em adultos)
# Indivíduos menores de 19 anos de idade em uso prolongado com ácido acetilsalicílico (risco de Síndrome de Reye)
Recomendações
Quem apresentar sintomas de gripe deve:
# Evitar sair de casa em período de transmissão da doença (até sete dias após o início dos sintomas)
# Restringir ambiente de trabalho para evitar disseminação
# Evitar aglomerações e ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados
# Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos
* O serviço de saúde deve ser procurado imediatamente caso apresente algum desses sintomas: dificuldade para respirar, lábios com coloração azulada ou roxeada, dor ou pressão abdominal ou no peito, tontura ou vertigem, vomito persistente, convulsão.
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